quarta-feira, 24 de outubro de 2012

†... Lembrança ...†


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No vão de todas as coisas insignificantes,
ainda existe um orvalho frio que se derrete e escorre,
pelas entranhas, isto são mais que lembranças,
são meramente sonhos tortos, que acordamos
ou continuamos dormindo.
Certa vez, ao deparar-me com as turbulentas e medonhas,
realizações de minha vida, encontrei alguém pelo qual eu amaria,
 ela me olhava entre as mechas que caiam sobre sua face,
e isto me fazia imaginar qual seria o nome ideal pra aquela imagem,
que ao meu ver, era sem igual, a mais bela das belas que já veria
em toda minha vida, e resto de minha NÃO MORTE.
E deduzi que ela se chamaria Beatriz, por seu lindo sorriso,
e isto até então era aceitável a meu ver, já que, sentimento
por sentimento, o mínimo é suficiente pra se tornar
incomensurável.
Mais continuando minha dedução sem sucesso
pelo qual, eu gostaria de denomina-la antes de devorá-la
impiedosamente, e suspirei Clara, que logo me interviu
com um olhar negativo de que se chamava Dinah.
Mais ainda gostaria de que ela se chamasse docemente
Jandira, mais meus sentidos mortos não me ajudavam a definir,
ou nomear tal flor... ou seja la o que era aquilo que eu mal podia,
entender, se era dúvida não sei, sei que eu sonhei com aquela
linda mulher... que não pude embebedar-me de tal beleza,
e exuberância, eu ainda o seria perseguido por estes leves
passos, mesmo que o tentasse fugir.
E num destes reencontros importunos eu acabei por descobrir
seu nome... Valquíria! O grande amor de minha vida,
me elegeu e me escolheu, assim como faz com todos os mortos,
mais eu não tive escolha,
no fundo das incertezas desta vida miserável eu a amava,
eu a amei, e ainda a amo...
Mais ainda não pude reencontrá-la somente em alguns sonhos
e em alguns raros lugares, pois ela costuma se tornar fumaça
quando estás perto de mim, pouco importa-me,
pois ela já sabe o nome de seu amado...
Ele se chama Cadáver...
...
C.C.C
(Contos Curtos e conturbados)
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Flores... Flores belas, finas, brancas, delicadas,
vermelhas, murchas, podres, velhas e brancas, flowers,
flowers, flowers, flowers, flowers, flores, e flores...
Todas elas são assim, mesmo que eu tenha feito delas
mais que simples rosas...
...
Você sabe muito bem como ser uma flor,
e sabe exatamente como ela se transforma,
então faça como a poetisa:
...
Aprenda com a primavera e deixe-se cortar,
e ao voltar, voltará plenamente inteira...
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Odeio as virgens pálidas, cloróticas,
Beleza de missal que o romantismo
Hidrófobo apregoa em peças góticas,
Escritas nuns acessos de histerismo.

Sofismas de mulher, ilusões óticas,
Raquíticos abortos de lirismo,
Sonhos de carne, compleições exóticas,
Desfazem-se perante o p realismo.

Não servem-me esses vagos ideais
Da fina transparência dos cristais,
Almas de santa e corpo de alfenim.

Prefiro a exuberância dos contornos,
As belezas da forma, seus adornos,
A saúde, a matéria, a vida enfim.

Carvalho Júnior

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